quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Pensando alto.

  Às vezes, sinto vontade de ir embora para longe, não levar nenhuma bagagem, nenhuma roupa, nenhum objeto, nenhum ressentimento, nenhuma lembrança, ir limpa para recomeçar. Poderia ser na Austrália, Hirlanda, Suécia ou em qualquer outro lugar. Quem sabe um lugar em que o clima me faça querer correr para uma lareira, tomar um chá, ler e fazer essas coisas que dizem caber mais para gente velha. Mas não sei porque associam isso como se fosse chato. Gosto tanto de vovós e vovôs, são calmos, atenciosos, interessantes, vividos e outras mil coisas que fazem com que uma conversa com eles pareça uma viagem no tempo. Mas voltando para o que eu estava dizendo sobre deixar tudo aqui e cair fora... Até desejo fazer laços novos, amigos e quem sabe até um namorado. Também desejo um emprego novo, um apê novo, um café na esquina de casa, uma bicicleta, apesar que sempre acabo achando que do meu travesseiro vou sentir falta. Mas como disse só penso essas coisas de vez em quando, pois volto para realidade e vejo que aqui não tenho bem isso, mas tenho meu travesseiro gelado, meu emprego que sustenta essa kitnet, o chá de cidreira que roubo do jardim do prédio e tenho uma estação perto daqui que me possibilita encontrar alguns amigos e ir num café, conversar, rir e tirar um pouco dessas besteiras da cabeça.

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