sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Não vá e volte. Só fique, aqui, bem do meu lado.

  Ele não era um homem malvado, só não soube cuidar de mim. Tentei lhe dizer milhões de vezes que se continuasse tão quieto nosso romance chegaria ao fim. Lembro-me do antes, suas carícias, seus beijos, seus sorriso e nada de amantes. Buscava-me no trabalho, ia comigo para casa, mas quando o assunto era amor parecia um paspalho. No começo, não achei que eu quem fosse me apaixonar, mas de indas e vindas, estou por cá. Senti medo de ser rejeitada e sem dizer nada, fui embora para Beira Mar. Já passava mais de seis meses, já havia devorado caixas de chocolate, roído minhas unhas, ido nas missas de domingo e prometido que amar de novo, jamais. Quando Don Juan tocou o interfone, dizendo que me procurava há dias e que se arrependia por tudo que me fez passar. Não acreditei, desmaiei, mas acordei no seu colo ouvindo "Minha querida, não se assuste. Vou cuidar de você, te amo realmente, nunca mais quero te largar. Esse amor é imprudente, mas não pretendo recuar."

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Yesterday.

Perdoe o passado e deixe que ele faça o mesmo contigo. Não é uma regra que o passado tem que ser deixado para trás, afinal, ele faz parte de você, ele é o prólogo da sua vida. O antes tem que ser lembrado não só para não persistirmos naquele erro, mas também para querermos voltar correndo para agarrar aquele pensamento que foi a única coisa que restou dos dias passados. O que temos que procurar é estar bem com nós mesmos para o resto fluir e ares melhores vir. É como na gramática, você não deve colocar um ponto final sem ter desenvolvido o contexto.

"Yesterday, all my troubles seemed so far away. Now it looks as though they're here to stay. Oh, I believe in yesterday. Suddenly, I'm not half the man I used to be.
There's a shadow hanging over me. Oh, yesterday came suddenly..."

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

O prólogo de dias cansados.

 Passei anos procurando por algo que não sei bem definir, paz interior, talvez. Procurei em lugares, pessoas e o que mal sabia é que deveria buscar em mim mesma. Resolvi, não não resolvi, não foi algo que pensei "Ah, vou trancafiar-me num quarto e de muitos amigos perder o contato.", aconteceu que eu estava numa fase que tudo contestava, fase que, às vezes, sinto que ainda está aqui. 
  Alguns amigos me ouviam e concordavam outros diziam que eu deveria parar se não eu entraria em depressão. Não ouvi, mas também não entrei em depressão. Diferente de alguns, lido bem com novos ambientes em geral, meu dom de regeneração é dos bons. Não é questão de não sentir e sim de aceitar e continuar. A questão é que aprendi que se ficarmos choramingando vamos acabar tendo que seguir em frente uma hora, então, só peguei um atalho.
  Dediquei meu tempo para ficar mais comigo, avaliar-me, notar melhor o que me faz bem, ver o que eu tenho de pior que poderia magoar alguém e trabalhar em cima disso. Não fui radical, só fiquei quietinha no meu canto, ouvindo bem mais do que falando. Mesmo assim não é fácil, por várias vezes desisti e retomei. Continuo indo e voltando. Tentar mudar por alguém que não reconheça sua tentativa e nem colabore tentando melhorar também, é uma tortura. Mas tinha começado errado já, esperando algo em troca. Temos que mudar por nós mesmos, fazer nossa parte. Quem não admite seus próprios erros dorme e acorda com eles. 
  Se conversar consigo mesmo todas suas experiências durante a vida deverão te auxiliar a como lidar melhor com esse grotesco mundo cheio de almas imundas. É como se todos fossem almas perturbadas que lutam para achar na caverna escura uma luz.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Sou quente, mas posso ser fria. Não sou sol, sou chuva, mas também posso ser ventania. Sou alma, razão e, quase sempre, coração. É, sou isso, aquilo, um pouco exausta, atrapalhada, desencanada e como vocês vêem dramática. Não sou nenhuma novidade, sou apenas filha da dualidade.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Sabe...
Alguns quebram todas as regras e alguns vários corações.

Equilíbrio, vê se não vai embora.

   Deveria por o pé no freio quando começo a sentir demais. Não só sentir pelo lado aconchegante, mas também pelo traiçoeiro. O tudo: bom e mau. Na verdade, sei bem o que fazer, mas sou tola o suficiente para gostar de me perder. Gosto da contradição, não por rebeldia e muito menos por insatisfação, e sim por um pouco de diversão. 
  E você, meu bem, do que gostas? É inevitável não lembrar do seu sorriso bobo, da sua voz, do seu cheiro, do seu silêncio e do aconchego que sinto quando estou ao seu lado. Não quero que pare o tempo para ficar contigo, não que fosse algum incômodo, mas o que eu quero mesmo é mais do que clichês. É aproveitar você em cada instante que eu puder e você quiser. Quero que continue assim, desse jeitinho mesmo, você aí, eu aqui e a saudade nos juntando.
  O problema é que não possuo controle remoto das minhas emoções, ando sentindo, sonhando e lembrando além de mim. Se fosse só isso, tudo bem. É que com isso costuma vir insegurança, impaciência e cobrança. É disso que que tenho pavor. O que me assusta é a falta de equilíbrio.
  Preciso de mim, de você e, principalmente, "do nós" em sintonia. E você, meu bem, do que precisas?

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Abismo

A moça, mais conhecida como Vic, entrou naquele aposento sem pouco disfarçar que era uma novata, estava bêbada, chorando e berrando por ajuda. Vic nem pensou que outra pessoa poderia começar para que ela perdesse a timidez, não que ela tivesse alguma. Não deu outra, pronunciou-se sem nem ser solicitada:
"Quero cuspir na cara da sociedade, dos mentirosos que dizem que Deus existe e até na minha, na minha não, nessa que me tornei. Passei 15 anos da minha vida vendo meu pai ameaçar minha mãe e espancar minha irmã, sem nem se quer ter bebido. Levei sorte, apanhei umas 5 vezes só, eu era a queridinha dele. Mas ele não era o meu. Lembro-me quando minha mãe tentou ir num advogado se separar, parecia tudo bem, que ele ia nos deixar. Ela não queria pensar que iria ficar sem dinheiro para nos alimentar e muito menos para pagar um aluguel, daqueles de um quarto apertado na casa de alguém, ou talvez até tenha pensado, mas o desejo de se ver livre daquele monstro era bem maior. Depois do advogado uma leve condição: você pode ir, mas elas ficam. Ela fez uma escolha óbvia para uma mãe, claro. E depois desse dia não foram só ameaças. Se é que me entendem. Mas não durou muito, até ele se achar durão o bastante para enfrentar um assaltante que tinha nas suas mãos uma arma e, sem nenhum remorso, atirou bem no meio do peito dele. Cresci com nojo dos homens, com nojo da condição do ser humano e pensando que só eu tinha problemas, mas daí a gente amadurece e vê que não é bem assim. Minha irmã tinha casado e ido morar fora do país sei lá fazendo o que, tudo para fugir da memória do passado. Mal sabe ela que não funcionaria. Foi quando minha mãe faleceu que perdi o rumo. Não tinha construído nada que pudesse me levantar, sempre tinha sido minha mãe meu foco. Daí comecei a beber, fumar, perder o emprego e dar. Tanto é que agora tem algo chutando dentro de mim. É, estou grávida, não estou com a mínima vontade de viver, mas e esse bebê? Já me disseram que tenho que me acalmar, contar até 10 ou quem sabe até 100, não abortar, superar meu vício e mais um monte de baboseira que não funciona, pelo menos, para alguém que já tenha perdido a fé."
Como era de esperar, o resto da sala ficou em pleno silêncio. Depois de alguns minutos ouve-se algo como: "Pessoal, nos encontramos aqui, no mesmo horário, terça que vem, na nossa próxima sessão."

sábado, 7 de janeiro de 2012

- Como vai o coração?





- Se batendo.

Homens demasiadamente babacas.

 Uma relação em que o homem, não demonstra sentir e sente, diz amar e trai, dá a ela indícios que gosta, mas também um pé na bunda, tenho certeza que em pelo menos uma dessas situações você já esteve e eu também. Que pena. Mas pensando melhor: que bom. Sabe aquela história toda de aprender e amadurecer? Se você não sabe, mesmo depois de tantos caras babacas terem passado a mesma lábia escrota que usou contigo com sua amiga, acredito que ao menos, hoje, reconhece bem um tipo "desses".

  Depois de um tempo, você acaba vendo que quase todos os homens que passaram na sua vida eram assim. Daí você começa a querer se fechar para relacionamentos e, finalmente, cuidar um pouco mais da sua vida e de você. É um bom caminho, sem dúvidas. Mas não vá indo pela onda do Mário Quintana acreditando que "O segredo é não correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até você.", pois estará idealizando mesmo assim, e junto com as expectativas vem as decepções. Não esqueça que para bilhões de casais há milhares de homens com mais de uma mulher. E se pensar na famosa frase "O que os olhos não vêem o coração não sente", repense, pois deve estar algo muito errado com o que você sente. 

 Não deixe de amar, só não ame um babaca.